Pessoas que são Modelos

AY Young é um Eagle Scout nascido em 1991, cantor, compositor e produtor musical, entre outras coisas.
O projeto que elaborou para receber a distinção de Eagle Scout teve por base a capacidade que a  música tem de unir as comunidades.
Durante uma tour pelos Estados Unidos, foi confrontado com a realidade de que cerca de mil milhões de pessoas não têm acesso a eletricidade.
A partir desse momento fundou a Battery Tour e começou a usar energia renovável em todos os seus concertos, a divulgar o conceito de sustentabilidade e a angariar fundos para fornecer eletricidade a quem não a tem.
Atualmente é dos 17 jovens líderes das Nações Unidas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, já fez mais de 800 concertos exclusivamente à base de energia solar por todo o mundo, e encontra-se a trabalhar no álbum “Project 17”, gravado em conjunto com grandes nomes da música de um modo neutro em carbono, e que contará com um tema para cada um dos 17 ODS.

Junbert Pabon é um escuteiro filipino de 21 anos. Nas Filipinas, cerca de 30 crianças entre os 15 e os 18 anos são presas diariamente e ficam alojadas em centros de detenção ou de reabilitação.
Junbert teve contacto com esta realidade através de um projeto escolar em 2016 e, ao perceber que as condições sanitárias, de apoio mental e emocional e de capacitação dos jovens deixavam algo a desejar, desenvolveu um projeto de apoio a estas crianças. Apostou nas componentes psicológica, cultural, espiritual, ambiental, entre outras, e criou um pequeno grupo escutista num centro de reabilitação. Ele e o seu grupo investiram nas competências de liderança e disciplina e chegaram mesmo a conseguir que um dos jovens detidos recebesse uma  bolsa de estudo.
Junbert foi distinguido com o prémio Messengers of Peace Heroes  e foi nomeado pela Fundação Kofi Annan como um dos doze Changemakers do ano 2021. 

Mao é uma escuteira mexicana de 10 anos de idade. Adora a natureza e aprender novas coisas nos escuteiros, mas, mais que tudo, acredita que todas as crianças têm direito a uma educação de qualidade. Quando começou a ter aulas online por causa da pandemia e foi passar o verão à pequena aldeia onde vive o avô, percebeu que nem todas as crianças vivem nas mesmas condições que ela e que muitas famílias não têm possibilidade de assegurar educação pela Internet. Então decidiu criar o projeto ”Garras que Conectan” e, com a ajuda da sua família, dirigentes e as autoridades locais, organizou a sua primeira campanha de angariação de fundos. O seu objetivo era conseguir doar tablets e acesso à internet a pelo menos 30 crianças de comunidades desfavorecidas, para que conseguissem terminar o ano escolar. Esta campanha arrecadou cerca de 2800 dólares (aproximadamente €2500) para ajudar crianças a continuarem a receber educação durante a pandemia.

Ginjatali Rao foi nomeada a primeira “Criança do Ano” pela revista TIME. Tem 16 anos e é autora, inventora, cientista, oradora TEDx, bem como escuteira nos Estados Unidos e participante no programa Scout STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Já recebeu diversas bolsas e prémios pelos seus trabalhos, entre os quais se destacam um serviço para combater o ciberbullying através de inteligência artifical, um produto que usa engenharia genética para diagnosticar precocemente o vício de opióides e um aparelho que testa os níveis de chumbo na água da casa do cidadão comum.
Adicionalmente, é mentora de trinta mil crianças e jovens, através de parcerias com escolas, museus e institutos.
O seu objetivo sempre foi pôr um sorriso na cara das pessoas, e isso evoluiu para a descoberta de como se pode trazer um espírito positivo e de comunidade e de como se pode usar a ciência e a tecnologia para criar mudança social.

Krystyna Paszko é Guia na Polónia e tem particular interesse nos direitos humanos.

Em 2020, com 17 anos, ao ver os casos de violência na Polónia aumentarem durante a pandemia, criou a loja virtual “Chamomiles and Pansies”, uma loja de fachada que parecia vender cosméticos mas na verdade servia para ajudar as vítimas a pedir ajuda.
Ao pedirem por escrito um artigo a um vendedor, as pessoas estavam na verdade a falar com um psicólogo, e a encomenda de um produto para determinada local era um pedido para as autoridades visitarem essa morada. Esta estratégia permitiu ajudar nos primeiros 12 meses de atividade do site e da página de Facebook cerca de 350 pessoas. Por ter crescido tanto, a “loja” é agora gerida por uma organização de sociedade civil.
O projeto foi um dos 23 escolhidos para receber em 2021 o Prémio de Solidariedade Civil da União Europeia, no valor de €10000.

Max Woosey é escuteiro no Reino Unido, tem 12 anos e está a acampar no jardim da sua casa desde março de 2020.
Tudo começou quando o seu vizinho e amigo Rick faleceu de cancro em fevereiro desse ano, não sem antes dar a sua tenda a Max e fazê-lo prometer que teria uma aventura com ela.
Ao saber que, devido à pandemia, o hospital que cuidou de Rick e da sua esposa tinha que cancelar as angariações de fundo planeadas, Max comprometeu-se a dormir na sua tenda como maneira de arranjar donativos. A ideia era passar 3 semanas na tenda, saindo para comer, fazer a higiene e ir às aulas, mas Max conta já com mais de 600 noites a acampar, tendo angariado mais de 800 mil euros.
A história de Max inspirou cerca de 1000 jovens e crianças de todo o mundo a acamparem também, como forma de chamarem a atenção para a iniciativa, e valeu-lhe o prémio Spirit of Adventure dos Pride of Britain Awards.

Bruna Saraiva tem 19 anos e é Caminheira em Albufeira. Começou a perder a audição aos 3 anos e aos 6 iniciou a aprendizagem de Língua Gestual Portuguesa. Aos 16 anos começou por iniciativa própria a traduzir músicas documentários e pequenas histórias e, com a chegada da pandemia e de algumas dificuldades em compreender o que as outras pessoas diziam devido ao uso da máscara, percebeu que era altura de dar o passo seguinte.
Por achar que a comunidade surda não tem que ser posta de parte, criou uma petição para a LGP ser ensinada nas escolas e começou a dar aulas de LGP online a mais de 100 escuteiros de várias zonas do país. Paralelamente, colaborou com o CNE em vários projetos (Acantonac, tradução de músicas e vídeos informativos, artigos na Flor de Lis, etc) e foi convidada a fazer parte da Equina Nacional de LGP.
Em 2021 recebeu o Troféu Português de Voluntariado pelos projetos pioneiros que tem vindo a desenvolver em prol da comunidade surda.

Joana Moreira
Antes de integrar a Equipa Nacional de Comunicação e Imagem da AEP, Joana Moreira foi escoteira no Grupo 23 Queluz. Em outubro de 2017 foi umas das pessoas responsáveis pela criação do projeto ADRO (Apoio ao Desenvolvimento, Reconstrução e Ordenamento) Fajão-Vidual. 
A ideia surgiu na sequência dos incêndios devastadores que atingiram a zona nessa altura e destruíram 18 casas em Fajão, e pela necessidade de trazer esperança e um sentimento de estabilidade à população local. 
Os trabalhos começaram logo depois dos incêndios e os participantes contactaram diretamente a população local, ouviram as suas histórias e os seus desabafos e perceberam que podiam ajudar nos pequenos detalhes de grande importância, como a limpeza de terrenos, campos e linhas de água, reconstrução de galinheiros, currais, chiqueiros, casas do forno, etc. 
O trabalho foi-se prolongando durante largos meses e recebeu mais de mil voluntários de várias zonas de Portugal e estrangeiros, a maior parte escoteiros e escuteiros.